Just breathe
Na cinza das horas
quarta-feira, 17 de julho de 2019
segunda-feira, 3 de dezembro de 2018
.
.
.
E
eis que de repente agora mesmo vi que não sou pura. Eu me tornei
intolerável para mim mesma. Vivo numa dualidade dilacerante. Eu tenho uma
aparente liberdade, mas estou presa dentro de mim. E tantos defeitos
tenho. Sou inquieta, áspera, desesperançosa.
Sabe o que me mata? É o cotidiano. Eu queria só exceções. O complicado
é que eu penso. Receba em teus braços o meu pecado de pensar. Com isso crio
as mais falsas dificuldades para essa coisa clandestina que é a felicidade.
Queria saber: depois que se é feliz o que acontece? O que vem depois?
A gente deve mesmo é pegar para nós o que nos pertence, e o que nos
pertence é tudo o que a vida exige. Parece uma vida amoral. Mas o que é
verdadeiramente imoral é ter desistido de si mesma.
.
.
.
segunda-feira, 5 de novembro de 2018
quinta-feira, 18 de outubro de 2018
quarta-feira, 10 de janeiro de 2018
sexta-feira, 27 de outubro de 2017
quarta-feira, 7 de junho de 2017
Floresc(essência)
Tu eras também uma pequena folha
que tremia no meu peito.
O vento da vida pôs-te ali.
A princípio não te vi: não soube
que ias comigo,
até que as tuas raízes
atravessaram o meu peito,
se uniram aos fios do meu sangue,
falaram pela minha boca,
floresceram comigo.
Pablo Neruda
quarta-feira, 10 de maio de 2017
Sobre pensamentos que me habitam
Antes o vôo da ave, que passa e não deixa rasto,
Que a passagem do animal, que fica lembrada no chão.
A ave passa e esquece, e assim deve ser.
O animal, onde já não está e por isso de nada serve,
Mostra que já esteve, o que não serve para nada.
A recordação é uma traição à Natureza,
Porque a Natureza de ontem não é Natureza.
O que foi não é nada, e lembrar é não ver.
Passa, ave, passa, e ensina-me a passar!
Alberto Caeiro
quinta-feira, 22 de dezembro de 2016
...
I'm not calling for a second chance
I'm screaming at the top of my voice
Give me reason, but don't give me choice
'Cause I'll just make the same mistake again
.
.
.
terça-feira, 10 de março de 2015
Da angústia existencial
.
.
.
“Lóri estava triste. Não era uma tristeza difícil. Era mais como uma tristeza de saudade. Ela estava só. Com a eternidade à sua frente e atrás dela. O humano é só. Ela quis retroceder. Mas sentia que era tarde demais: uma vez dado o primeiro passo este era irreversível, e empurrava-a para mais, mais, mais! O que quero, meu Deus. É que ela queria tudo (e nada)."
.
.
.
.
.
“Lóri estava triste. Não era uma tristeza difícil. Era mais como uma tristeza de saudade. Ela estava só. Com a eternidade à sua frente e atrás dela. O humano é só. Ela quis retroceder. Mas sentia que era tarde demais: uma vez dado o primeiro passo este era irreversível, e empurrava-a para mais, mais, mais! O que quero, meu Deus. É que ela queria tudo (e nada)."
.
.
.
quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015
terça-feira, 3 de fevereiro de 2015
sábado, 24 de janeiro de 2015
segunda-feira, 17 de novembro de 2014
terça-feira, 4 de novembro de 2014
segunda-feira, 28 de abril de 2014
quarta-feira, 4 de setembro de 2013
domingo, 4 de novembro de 2012
terça-feira, 4 de setembro de 2012
quinta-feira, 2 de agosto de 2012
Mudaram as estações, nada mudou
Mas eu sei que alguma coisa aconteceu
Tá tudo assim tão diferente
Mas eu sei que alguma coisa aconteceu
Tá tudo assim tão diferente
Se lembra quando a gente chegou um dia a acreditar
Que tudo era pra sempre
Sem saber, que o pra sempre, sempre acaba
Que tudo era pra sempre
Sem saber, que o pra sempre, sempre acaba
Mas nada vai conseguir mudar o que ficou
Quando penso em alguém só penso em você
E aí, então, estamos bem
Quando penso em alguém só penso em você
E aí, então, estamos bem
Mesmo com tantos motivos
Pra deixar tudo como está
Nem desistir, nem tentar agora tanto faz
Estamos indo de volta pra casa
Pra deixar tudo como está
Nem desistir, nem tentar agora tanto faz
Estamos indo de volta pra casa
terça-feira, 6 de março de 2012
quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012
Vem sentar-te comigo Lídia, à beira do rio.
Sossegadamente fitemos o seu curso e aprendamos
Que a vida passa, e não estamos de mãos enlaçadas.
(Enlacemos as mãos.)
Depois pensemos, crianças adultas, que a vida
Passa e não fica, nada deixa e nunca regressa,
Vai para um mar muito longe, para ao pé do Fado,
Mais longe que os deuses.
Desenlacemos as mãos, porque não vale a pena cansarmo-nos.
Quer gozemos, quer não gozemos, passamos como o rio.
Mais vale saber passar silenciosamente
E sem desassossegos grandes.
Sem amores, nem ódios, nem paixões que levantam a voz,
Nem invejas que dão movimento demais aos olhos,
Nem cuidados, porque se os tivesse o rio sempre correria,
E sempre iria ter ao mar.
Amemo-nos tranquilamente, pensando que podíamos,
Se quiséssemos, trocar beijos e abraços e carícias,
Mas que mais vale estarmos sentados ao pé um do outro
Ouvindo correr o rio e vendo-o.
Colhamos flores, pega tu nelas e deixa-as
No colo, e que o seu perfume suavize o momento -
Este momento em que sossegadamente não cremos em nada,
Pagãos inocentes da decadência.
Ao menos, se for sombra antes, lembrar-te-ás de mim depois
Sem que a minha lembrança te arda ou te fira ou te mova,
Porque nunca enlaçamos as mãos, nem nos beijamos
Nem fomos mais do que crianças.
E se antes do que eu levares o óbolo ao barqueiro sombrio,
Eu nada terei que sofrer ao lembrar-me de ti.
Ser-me-ás suave à memória lembrando-te assim - à beira-rio,
Pagã triste e com flores no regaço.
terça-feira, 14 de fevereiro de 2012
quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012
Traze-me um pouco das sombras serenas
que as nuvens transportam por cima do dia!
Um pouco de sombra, apenas,
- vê que nem te peço alegria.
Traze-me um pouco da alvura dos luares
que a noite sustenta no teu coração!
A alvura, apenas, dos ares:
- vê que nem te peço ilusão.
Traze-me um pouco da tua lembrança,
aroma perdido, saudade da flor!
- Vê que nem te digo - esperança!
- Vê que nem sequer sonho - amor!
domingo, 29 de janeiro de 2012
A miragem...
Não direi que a tua visão desapareceu dos meus olhos sem vida
Nem que a tua presença se diluiu na névoa que veio.
Busquei inutilmente acorrentar-te a um passado de dores
Inutilmente.
Vieste - tua sombra sem carne me acompanha
Como o tédio da última volúpia.
Vieste - e contigo um vago desejo de uma volta inútil
E contigo uma vaga saudade…
És qualquer coisa que ficará na minha vida sem termo
Como uma aflição para todas as minhas alegrias.
Tu és a agonia de todas as posses
És o frio de toda a nudez
E vã será toda a tentativa de me libertar da tua lembrança.
Mas quando cessar em mim todo o desejo de vida
E quando eu não for mais que o cansaço da minha caminhada pela areia
Eu sinto que me terás como me tinhas no passado -
Sinto que me virás oferecer a água mentirosa
Da miragem.
Talvez num ímpeto eu prefira colar a boca à areia estéril
Num desejo de aniquilamento.
Mas não. Embora sabendo que nunca alcançarei a tua imagem
Que estará suspensa e me prometerá água
Embora sabendo que tu és o que foge
Eu me arrastarei para os teus braços.
.
.
.
quinta-feira, 10 de novembro de 2011
.
.
.
É assim que te quero, amor,
assim, amor, é que eu gosto de ti,
tal como te vestes
e como arranjas
os cabelos e como
a tua boca sorri,
ágil como a água
da fonte sobre as pedras puras,
é assim que te quero, amada,
Ao pão não peço que me ensine,
mas antes que não me falte
em cada dia que passa.
Da luz nada sei, nem donde
vem nem para onde vai,
apenas quero que a luz alumie,
e também não peço à noite explicações,
espero-a e envolve-me,
e assim tu pão e luz
e sombra és.
Chegastes à minha vida
com o que trazias,
feita
de luz e pão e sombra, eu te esperava,
e é assim que preciso de ti,
assim que te amo,
e os que amanhã quiserem ouvir
o que não lhes direi, que o leiam aqui
e retrocedam hoje porque é cedo
para tais argumentos.
Amanhã dar-lhes-emos apenas
uma folha da árvore do nosso amor, uma folha
que há-de cair sobre a terra
como se a tivessem produzido os nossos lábios,
como um beijo caído
das nossas alturas invencíveis
para mostrar o fogo e a ternura
de um amor verdadeiro.
[Neruda]
.
.
.
sexta-feira, 4 de novembro de 2011
...
.
.
.
Foste tão pouco meu como o sol, na sua última curvatura roxa antes de desaparecer na linha do horizonte, uma linha que parecia desenhada por um miúdo a régua e esquadro lá longe, só para que soubéssemos que há coisas inultrapassáveis, como a pressão do oceano, as paredes de corais e os dias seguintes.
.
.
.
domingo, 24 de julho de 2011
... tal como el amor que siento yo por ti...
Ay mi bien,
que no haría yo por ti?
por tenerte un segundo,
alejados del mundo
y cerquita de mi?
Ay mi bien,
como el rio magdalena
que se funde en la arena del mar
quiero fundirme yo en ti.
Hay amores que se vuelven resistentes a los daños,
como el vino que mejora con los años,
asi crece lo que siento yo por ti.
Hay amores que se esperan al invierno y florecen,
y en las noches del otoño reverdecen,
tal como el amor que siento yo por ti...
quinta-feira, 21 de julho de 2011
terça-feira, 21 de junho de 2011
domingo, 12 de junho de 2011
.
.
.
.
.
Talvez a vida esteja sempre incompleta e incompleta ficou depois de te conhecer. Apesar de lhe teres acrescentado o teu olhar. E palavras de sentidos ocultos. Sempre com um sabor de fruto proibido. Sempre a deixar um rasto amargo-doce. Por isso o teu olhar e as tuas palavras são diferentes de tudo o que eu conheço e conheci. E foi nesse desconhecido que mergulhei e me perdi.
.
.
.
sexta-feira, 27 de maio de 2011
Onde você estiver
não se esqueça de mim,
Com quem você estiver
não se esqueça de mim,
Eu quero apenas estar no seu pensamento
por um momento pensar que você pensa em mim
não se esqueça de mim,
Com quem você estiver
não se esqueça de mim,
Eu quero apenas estar no seu pensamento
por um momento pensar que você pensa em mim
Onde você estiver não se esqueça de mim,
mesmo que exista outro amor que te faça feliz,
Se resta em sua lembrança o pouco do muito que eu te quis
Onde você estiver
não se esqueça de mim.
Eu quero apenas estar no seu pensamento,
por um momento pensar que você pensa em mim
Onde você estiver
não se esqueça de mim
quando você se lembrar
não se esqueça que eu
não consigo apagar você da minha vida
onde você estiver
não se esqueça de mim...
.
não se esqueça de mim
quando você se lembrar
não se esqueça que eu
não consigo apagar você da minha vida
onde você estiver
não se esqueça de mim...
.
domingo, 22 de maio de 2011
Quem morre?
Morre lentamente
quem não viaja,
quem não lê,
quem não ouve música,
quem não encontra graça em si mesmo.
Morre lentamente
quem destrói seu amor próprio,
quem não se deixa ajudar.
Morre lentamente
quem se transforma em escravo do hábito,
repetindo todos os dias o mesmo trajeto,
quem não muda de marca,
não se arrisca a vestir uma cor nova ou
não conversa com quem não conhece.
Morre lentamentequem evita uma paixão e seu redemoinho de emoções,
justamente as que resgatam o brilho dos olhos e os corações do tropeço.
Morre lentamentequem não vira a mesa quando está infeliz,
com o seu trabalho, ou amor,
Quem não arrisca o certo pelo incerto,
para correr atrás de sonho,
quem não se permite, pelo menos uma vez na vida, fugir dos conselhos sensatos...
Viva hoje!
Arrisque hoje!
Faça hoje!
Não se deixe morrer lentamente.
sábado, 9 de abril de 2011
T.e.r.n.u.r.a
. . .
Eu te peço perdão por te amar de repente
Embora o meu amor seja uma velha canção nos teus ouvidos
Das horas que passei à sombra dos teus gestos
Bebendo em tua boca o perfume dos sorrisos
Das noites que vivi acalentado
Pela graça indizível dos teus passos eternamente fugindo
Trago a doçura dos que aceitam melancolicamente.
E posso te dizer que o grande afeto que te deixo
Não traz o exaspero das lágrimas nem a fascinação das promessas
Nem as misteriosas palavras do véus da alma...
É um sossego, uma unção, um transbordamento de carícias
E só te pedes que te repouses quieta, muito quieta
E deixes que as mãos cálidas da noite encontrem sem fatalidade o olhar extático da aurora.
domingo, 3 de abril de 2011
terça-feira, 29 de março de 2011
Beijos, abraços, beira mar
subúrbio distante ao luar
Táxi, chuva no olhar
Cada esquina, love again
Todos os lugares pra te namorar
Cinema, romance de rua ao luar
Cheguei na cidade, vou te encontrar
Pra sempre com você eu vou ficar
Toda cidade
é paisagem
pro nosso amor
Filme de amor
super-amor
Vou passeando
Te procurando
Quero você
Amo você
Sou de você.
.
.
sábado, 26 de março de 2011
ausência
Eu deixarei que morra em mim o desejo de amar os seus olhos que são doces
Porque nada te poderei dar senão a mágoa de me veres eternamente exausto.
No entanto a tua presença é qualquer coisa como a luz e a vida
E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto e em minha voz a tua voz.
Não te quero ter porque em meu ser tudo estaria terminado
Quero só que surjas em mim como a fé nos desesperados
Para que eu possa levar uma gota de orvalho nesta terra amaldiçoada
Que ficou sobre a minha carne como a nódoa do passado.Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu, porque eu fui o grande íntimo da noite
Porque eu encostei minha face na face da noite e ouvi a tua fala amorosa
Porque meus dedos enlaçaram os dedos da névoa suspensos no espaçoE eu trouxe até mim a misteriosa essência do teu abandono desordenado
Eu ficarei só como os veleiros nos portos silenciososMas eu te possuirei mais que ninguém porque poderei partir
E todas as lamentações do mar, do vento, do céu, das aves, das estrelas, Serão a tua voz presente, a tua voz ausente, a tua voz serenizada.
.
sexta-feira, 25 de março de 2011
Todos os amantes querem os olhos nos olhos para existerem completos, completamente, e provar Deus no beijo, perdido novelo de mim em ti, sem saber que língua é de quem quando o céu se abre, devagar, devagar, doce, docemente, assim se abrem os lábios lambidos de uma ternura toda, obscena e pura, à procura, novelo, sem saber o que é de quem, até que a fúria passe estreita, corrente lenta, entre os dedos...
.
.
Assinar:
Postagens (Atom)