segunda-feira, 3 de dezembro de 2018



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E eis que de repente agora mesmo vi que não sou pura. Eu me tornei intolerável para mim mesma. Vivo numa dualidade dilacerante. Eu tenho uma aparente liberdade, mas estou presa dentro de mim. E tantos defeitos tenho. Sou inquieta, áspera, desesperançosa.
Sabe o que me mata? É o cotidiano. Eu queria só exceções. O complicado é que eu penso. Receba em teus braços o meu pecado de pensar. Com isso crio as mais falsas dificuldades para essa coisa clandestina que é a felicidade. Queria saber: depois que se é feliz o que acontece? O que vem depois?  
A gente deve mesmo é pegar para nós o que nos pertence, e o que nos pertence é tudo o que a vida exige. Parece uma vida amoral. Mas o que é verdadeiramente imoral é ter desistido de si mesma.
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